Muito tempo atrás, quando o
espírito do homem era jovem e a inquietude frente aos mistérios da vida sobrepujava
a indiferença, existiu um velho que peregrinava pelo mundo compartilhando seu
espanto. Poucos sabiam seu nome, mas todos o reconheciam quando se aproximava: “’O
Sábio’ está chegando ao nosso vilarejo”, diziam uns, “Foi com ‘O Sábio’ que
aprendi isto!”, suspiravam outros.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Despertar
Um momento antes era tudo e
ao mesmo tempo nada; Tudo, porque infinidade de sons, cores, possibilidades,
narrativas fantásticas, autenticamente sonho; Nada, pois tudo que reconhecia
como algo o era “para si”, mas a plenitude do si viria em seguida, na exata
proporção que a plenitude do “Tudo” se desfazia. Um momento depois era “Eu”,
nem tudo, nem nada, apenas reconhecimento do dado, também reconhecimento da
ausência do “Tudo” de instantes atrás, ao mesmo tempo em que espanto pela
mínima conjectura da possibilidade daquele “Nada” que havia sido.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Conto - Espaços
Folhas brancas empilhadas
sobre a mesa. Uma caneta azul de marca barata, destas que surgem sem ser
compradas e desaparecem da mesma forma. Bem, as folhas não eram totalmente
brancas. No verso, figuras, gráficos, relatórios, todo o tipo de impressão, importantes
em um momento, inúteis no seguinte. O espaço em branco na face oposta à
impressão representava um oceano de possibilidades. Era como vislumbrar o
próprio espaço que antecede a criação de um Universo, supondo ser possível
falar de espaço na ausência de um Universo.
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