Uma folha finíssima de
papel, gravetos extraídos de bambu, “desfios” do algodão amalgamados em fio.
Não havia nada na ponta inferior da linha. O garoto estava entre as nuvens.
Voou e se aventurou, lutou bravamente como uma ave de rapina disputando a caça,
como um caça em plena guerra, uma divindade alada supervisionando seus
domínios.
Tiras de couro fixadas e
unidas em uma composição hermética, a qual encerrava e compactava o ar,
privando-lhe da liberdade natural, submetendo-o aos caprichos de pés juvenis.
Não havia garotos, nem bola, nem várzea. Duas tropas digladiavam-se em
conflitos de vida ou morte.
Fogão novo em casa. Novos pratos, quem sabe?
Mais saborosos? Não importa. A caixa era fonte de novas existências.
Criatividade vibrante. Caverna, carro, casa, esconderijo, tanque de guerra,
casco de tartaruga. “Onde está o meu garoto?” Perguntou o pai ao lado do objeto
pardo que emitia baixas risadas.
Numa noite de sábado, homens
sérios e respeitáveis deixaram para trás seus compromissos e se reuniram ao
redor de uma mesa. Não havia contas, cobradores, patrões, trânsito, Praça da Sé.
Ao redor do tabuleiro, garotos redescobriam a simplicidade da vida entre
amigos. “Vladivostok com três exércitos!”
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