Se o que dá beleza à Vida é a certeza do termo
Quem foi o tolo que decidiu que o amor seja eterno?
Qualquer homem que teve uma única flor mortal no jardim
Desprezará todas aquelas de plástico, ainda que sejam sem fim
Seja ouro na mina ou gozo no encontro, a raridade lhes define o valor
Pouco ou nada valeria se eternidade fosse garantida ao Amor
Não me interprete mal, não torço ou trabalho por conclusão
Justamente o contrário, esforcemo-nos nesta construção
No pé que brotou Maria, Angélica floresceu
Valei-me São Djavan, proteja como se seu
Enquanto escrevo, lá chove, um deus decidiu regar
Indra, amigo e nobre, com água abençoar
Caminhando, encantando, braços, fatos, trovão
Somos todos mortais, desejemos ou não
Que o Amor seja eterno, eu ouvi de um cantor
Violento e terno, alegria e dor
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