Então eu, que me encanto tanto com o que é belo
Percebi-me capturado por uma beleza nova, talvez
Não era inédita, pois é sempre presente, há elo
Mas aquilo que eu via sempre, notei pela primeira vez
Um encanto suave, terno, sem qualquer tempestade
Uma presença doce, afável, na qual eu quis permanecer
Como a brisa, serena, não fez e nem foi alarde
Nasceu um carinho, e um algo que queria crescer
O poeta, atrasado, falou de olhos castanhos
Mas naquele olhar eu já estava mergulhado
Muito tempo antes de quaisquer versos estranhos
E meu pensar, sempre reto, ficou embaralhado
E no modo da risada
e naquilo de que ria
E no quê interessada
E em tudo o que dizia
E quando afastava o cabelo
Para melhor escutar
Era o momento mais belo
Impossível não amar
E assim eu resumo em detalhe
Uma história que eu não vou contar
Como eu poderia falar-lhe?
E como ela iria aceitar?
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