domingo, 15 de setembro de 2024

Como?

 Então eu, que me encanto tanto com o que é belo

Percebi-me capturado por uma beleza nova, talvez 

Não era inédita, pois é sempre presente, há elo

Mas aquilo que eu via sempre, notei pela primeira vez 


Um encanto suave, terno, sem qualquer tempestade 

Uma presença doce, afável, na qual eu quis permanecer 

Como a brisa, serena, não fez e nem foi alarde 

Nasceu um carinho, e um algo que queria crescer 


O poeta, atrasado, falou de olhos castanhos 

Mas naquele olhar eu já estava mergulhado 

Muito tempo antes de quaisquer versos estranhos 

E meu pensar, sempre reto, ficou embaralhado 


E no modo da risada

e naquilo de que ria 

E no quê interessada

E em tudo o que dizia 


E quando afastava o cabelo

Para melhor escutar 

Era o momento mais belo

Impossível não amar


E assim eu resumo em detalhe

Uma história que eu não vou contar

Como eu poderia falar-lhe?

E como ela iria aceitar?

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