sexta-feira, 3 de março de 2023

#Verborragia: Imã

"Para amanhã leiam a página 43 e tragam suas dúvidas. Vamos discutir movimento de arrasto.", disse o professor enquanto os alunos corriam para fora da sala, atendendo ao chamado da noite. Soara o sinal das 23h.

Quando todos partem fica o silêncio. Há uma solidão na docência. Solidão em cada partida no fim da aula. Solidão em cada grupo que se forma.

Mistura confusa de saudade e alegria.

Humberto respirou um pouco, recuperando o fôlego do longo dia, guardou seus materiais na grande bolsa que sempre portava ao lado e se dirigiu ao estacionamento.

O salário baixo permitiu possuir um carro usado que teria sido considerado "popular" alguns anos antes, mas hoje em dia não existe carro popular.

Colocou-se a caminho de casa.

30 minutos tranquilos, dada a ausência de trânsito do horário.

Em casa lançou a bolsa no sofá e foi tomar um banho. Não tinha o hábito de jantar.

No banho refletiu sobre a natureza da matéria; as interações elétricas e magnéticas, sua mais profunda paixão por toda a vida.

Nunca se casou, comprometido que estava com a vida acadêmica; existia para pesquisar e ensinar.

Alguns poucos relacionamentos curtos e infrutíferos na adolescência, encerrados com Natália, que conheceu no primeiro ano da graduação.

O namoro não chegou ao quarto mês e a amizade também não teve chance de vingar, pois a moça se mudou com a família para outro Estado. Cartas esporádicas foram trocadas nos primeiros meses, tornando-se cada vez mais espaçadas, até cessarem de vez.

"Por onde andará Natália?", pensou despretensiosamente.

Não era amargo. Não se frustrava nem se arrependia da configuração de sua vida. Fascinava-se observando o funcionamento das coisas e isso bastava. Ao menos até ali.

"Por onde andará Natália?"

Nunca havia pensado nela, donde o fato de nunca tê-la procurado. Simples sequência da vida.

Conheceram-se no primeiro mês da graduação de física, coisa pela qual ela se desinteressou rapidamente, transferindo-se para psicologia na primeira oportunidade. Mesmo ali sentia-se deslocada, destoante do excesso de cientificidade da academia; flertava com toda sorte de misticismo.

Discutiam acaloradamente; ele discorrendo sobre as coisas demonstradas pela ciência enquanto ela evocava temas como intuição, meditação e energias que não eram a elétrica. Os dois riam, acusando-se carinhosamente de "porta" e "charlatã". Cada qual era semiconvicto de sua própria posição, simulando uma defesa ferrenha enquanto, no íntimo, cultivava sincero desejo de compreender o universo do outro.

"Foram bons tempos. Boas conversas. Por onde andará Natália?"

Certa vez, numa discussão sobre energia, encerrado um longo e entusiasmo discurso sobre o eletromagnetismo acompanhado de um "E ainda digo mais: Ao contrário do que dizem os cientistas convencionais, ainda vou demonstrar que todas as outras forças são manifestações incompreendidas do eletromagnetismo. Ele é a única força", Natália observou o rapaz com os olhos brilhando, encantada (quiçá enciumada) por tamanha paixão. 

"Você acredita que campos magnéticos podem gerar correntes elétricas. Você acredita que campos elétricos podem gerar magnetismo. Você não os vê, mas os percebe atravessando outras substâncias, supostamente maciças. Por quê as suas energias invisíveis são aceitáveis e as minhas energias não?"

"Ora! Porque as minhas são mensuráveis. Causam efeitos observáveis. Minha doce Natália, não se sinta ofendida, mas as energias das quais você fala não passam de presunção e desejo."

Ela fez uma cara de desaprovação; ele leu como "Como assim?" e seguiu:

"Se eu realizar um experimento exatamente igual sobre campo elétrico cem vezes, cem vezes terei o mesmo resultado. isso não acontece com essas energias místicas que você defende. São 'presunção' no sentido de serem presumidas; você as presume lá e opera com isso, sem qualquer meio de detectá-las. Você 'deseja' que sejam verdadeiras e causem algum efeito concreto, assim, se realiza um teste cem vezes e uma vez dá certo, por coincidência, você presume que é a demonstração da energia, escondendo as 99 vezes em que não houve efeito."

Ela se calou. A conversa deixou de ser divertida. Agradeceu pela palestra e foi embora.

"Acho que foi nossa última conversa ao vivo." (desconsiderando as cartas).

"Eu era jovem e arrogante. Gostaria de ter a chance de me desculpar. Ela não merecia o meu deboche. A minha incredulidade. Ela merecia meu acolhimento. Não me esforcei o suficiente para compreendê-la. Por onde andará Natália?"

"Tudo está conectado por energias sutis que não temos como medir. Nós mesmos somos pura energia, em um nível que ainda não está nos seus livros", disse Natália em outra conversa, semanas antes da última.

"Como é isso?"

"Pense em um ímã. Ele consegue interferir em um pedaço de metal que esteja dentro do alcance do seu campo, mesmo que exista outro material entre eles, não é?" ela explicou enquanto fazia um clipe de ferro passear sobre a mesa arrastando um imã abaixo do tampo de madeira.

"Sim. Claro!", concordou Humberto.

"Se a gente afasta o imã o alcance falha, não é?"

"Sim"

"Mesmo assim você quer usar o eletromagnetismo, que tem alcance de poucos centímetros, para explicar outras forças como a gravidade, que influencia corpos há milhões de quilômetros de distância?"

"É!"

"Se você aceita isso; se você defende isso, mesmo que a academia julgue absurdo, porque julga absurda minha ideia de outras forças, ainda mais sutis, com alcances ainda mais distantes? Não é um absurdo; é apenas o próximo passo na escala!"

 Ele ficou calado. Não conseguiu pensar em uma resposta na hora, mas esse diálogo (e a frustração por não saber o que dizer) foi a origem da resposta sobre coisas mensuráveis aplicada lá na discussão derradeira.

"Minhas boas intenções podem apoiar o processo de cura de uma pessoa; Meus receios podem repelir uma pessoa; Minha saudade pode atrair sua atenção como um imã, não importa a distância!"

"Mas para um imã importa a distância."

"O imã é um exemplo, não um fato. Para as energias a distância não é um fato."

A conversa foi interrompida com a chegada do pedido; estavam em um restaurante; comeram e se distraíram com banalidades.

Depois do banho, antes de dormir, Humberto decidiu fuçar as mídias sociais em seu celular.

"Por onde andará Natália?"

Encontrou a moça em um desses aplicativos de compartilhar imagens. Tinham, no mínimo, nove amigos em comum.

Ela parecia feliz, em suas fotos de passeios e viagens. Compartilhava poesias e mensagens motivacionais.

O dedo quase tocou a opção "seguir" na tela do celular, retendo-se três milímetros antes do fato.

"Que coisa mais absurda. Já faz tanto tempo. O que estou fazendo?"

Ativou o modo avião para não receber mensagens, mas não desligou o celular, pois dependia do alarme para a próxima manhã.

Os dias seguiram mais o menos iguais. Pela manhã corria em um parque perto de casa; à tarde preparava aulas em alguns dias, ministrava-as em outros; à noite aulas de segunda à sexta.

"Para amanhã leiam a página 57 e tragam suas dúvidas. Vamos discutir campos magnéticos.", disse o professor enquanto os alunos corriam para fora da sala, atendendo ao chamado da noite. Soara o sinal das 23h.

Humberto se sentou em sua cadeira, sorvendo aquele silêncio como quem absorve a fumaça do cachimbo.

"isso de novo? Por que essa lembrança?"

Apanhou o celular,  retornou ao mesmo aplicativo da outra noite e visitou a conta da pessoa presente em sua última pesquisa. Clicou em seguir. Como não se tratava de uma conta fechada, acessou a parte de mensagens diretas e digitou, sem muita convicção:

"Boa noite. Tudo bem? Como vai você?"

Naturalmente, o arrependimento foi imediato. Ainda com o celular na mão, olhando a foto inerte da conta que não respondia, calculava se ainda dava tempo de desfazer as ações sem que ficassem rastros. "Será que eventuais notificações desapareceriam?"

Procurou distrair-se foleando um livro, mas não conseguiu se concentrar. Recusava-se a navegar na conta da moça. Já havia escutado o termo "stalker" não não julgara uma atitude respeitosa.

Dormiu.

Ao acordar descobriu que uma resposta fora emitida poucos minutos depois de sua saudação. Esqueceu que havia configurado o aparelho para suspender notificações à noite.

"Ooooiiiiiiii Beto!!! Que surpresa agradável. Aqui tudo muito bem. Como você está?". Havia um círculo amarelo sorridente com corações no lugar dos olhos.

"Bom te rever; ou seria reler? Estou bem. Obrigado."

Lamentou não saber mais o que dizer; deveria perguntar alguma outra coisa, para tentar prolongar a conversa? Mas pergunta o quê?

"Essa deve ter sido a conversa mais curta da vida. Certo que a perdi de novo."

Seguiu sua rotina.

Por volta do horário do almoço o som de mensagens chegando chamou sua atenção.

"Fico feliz. De verdade. Me fale de sua vida. O que tem feito?" Um círculo sorridente com olhos fechados e duas mãos acompanhava a mensagem.

"Puxa vida. O que dizer? Considerando o tempo, qualquer coisa passada, pra mim, é novidade, para você. Bem: Hoje eu leciono, como você deve imaginar; corro pelas manhãs; bebo às sextas lá no Waltão, lembra-se dele?"

O dia passou sem respostas. No início da noite, ainda em horário de aula, o aviso de notificação (cujo silenciador havia desativado de propósito) notificação soou. Foi impossível disfarçar o sorriso, seguido do burburinho geral:

"Uuunnnnnn! O Prófi está namorando!"

"Claro que não, gente. Meu amor é pela Física!", respondeu encabulado.

"Até os corações mais mecânicos tem energias não mecânicas operando lá dentro, Prô!", respondeu Samantha.

Ele apenas sorriu, enquanto espiava sua tela.

"Essa conversa está muito lenta. Anota meu telefone. Me manda um 'Oi'!" Três pares de olhos arregalados acompanhavam o texto.

Ele guardou o aparelho e seguiu com as aulas. Aquele era a primeira de um total de cinco.

"Para a próxima aula respondam os exercícios das páginas 23, 24 e 25. Wesley, não esqueci sua pergunta. Na próxima aula a gente começa discutindo condutividade!", disse o professor enquanto os alunos começavam a guardar o material; era uma turma muito interessada .

O docente, curioso, inseriu o número da moça em um aplicativo popular de comunicação e mandou o "Oi!" solicitado. Observou um pouco, aguardando o símbolo de "lido". Como a mensagem foi apenas recebida, seguiu rumo à sua casa.

Em casa sentou no sofá e olhou novamente o celular.

"Oooolllaaaa! rs. Era inevitável que você se tornaria professor. Parabéns! Fico feliz! Quem bom que corre; Mas para onde? rs. É claro que lembro do Waltão!"

"Bem! Percebo agora que não perguntei de você. Me desculpe. Como está? O que tem feito?!"

"Na verdade perguntou sim. Foi sua primeira mensagem. Eu estou bem. Não corro pelas manhãs. Tenho andado bastante ocupada, lecionando 'Pseudociência', se quer saber. Também tenho andado bastante por regiões carentes; presto atendimentos voluntários para pessoas que não podem pagar. Eventualmente tenho andado pelo parque (faço caminhada. rs)"

Foi impossível ler isto sem lembrar de sua insistente questão, "Por onde andará Natália?"

"Como assim "lecionando 'pseudociência' ' ?"

"Sempre excessivamente literal, né? Sempre excessivamente bobo. Sou professora de 'Psicologia Social e Teorias Humanistas', mas discuto 'terapias alternativas' com meus alunos sempre que encontro brechas. A curiosidade dos alunos parece inesgotável."

"Nunca te imaginei professora. Com todo o respeito. Não que não fosse (SEMPRE FOI) fascinante te ouvir; Mas eu imaginava que os 'grilhões' do ambiente acadêmico de repeliriam."

"Como suas teorias de magnetismos, né? rs. Repeliram por um tempo. Na graduação eu notei como meus colegas ansiavam coisas mais profundas e os professores repeliam com ... como posso dizer? Entusiasmo. Então decidi eu mesma preencher esta lacuna."

"Fascinante. Quero aproveitar para pedir algo."

"Não autorizo. Faz muito tempo. Éramos jovens e imaturos."

"Mas você nem sabe o que é!!!!!!!"

"Eu sei."

"Bruxa!"

"PORTA!!!!!!!! Não sou mais charlatã?"

"Suponho que não."

"Por quê?"

"Há mais forças em ação neste Universo que aquelas que encontrei nos livros ou que propus eu mesmo."

"Isso é novo. O que aconteceu?"

"Eu não sei."

"Posso ir no Waltão nesta sexta? No caso, amanhã?"

"Eu adoraria te ver."

"Então estarei lá."

"Eu chego sempre 23:30; muito tarde?"

"É quase meia noite e estamos aqui, não?"

"É verdade."

"Então te vejo amanhã. Agora preciso muito ir dormir."

"Está bem. Eu agradeço pela companhia. Sempre foi um lugar de paz."

"Eu sinto o mesmo. Boa noite 'Porta'!"

"Boa noite 'Bruxa'!"

A sexta correu sem intercorrências;  23:32 Humberto acenou para Walter enquanto sentava em uma mesa afastada do balcão; instantes depois um copo e uma garrafa de sua marca favorita de cerveja chegada à mesa sem precisar ser mencionada; um casal cantava rock pop internacional alternado com MPB.

"Estou esperando alguém. Quando chegar você pode trazer outro copo e garrafa, por favor?"

"É claro professor!"

A mesa foi escolhida por hábito, não por plano; só notou que postava-se de costas para a entrada quando Natália surgiu de supetão ao seu lado, uns cinco minutos depois.

"Olá Beto! Que bom te reencontrar!"

"Ele levantou assustado, surpreso, fascinado. Coração disparado como um 'primeiro encontro' da adolescência.!"

"Nossa!"

"O que foi?"

"Não. Nada. Por favor, sente-se?"

Cumprimentaram-se com um abraço; instantes depois Walter chegou com o pedido complementar, saldando a moça.

"UAU! Se eu soubesse desta visita solene teria trazido algo mais apropriado para uma comemoração!"

"Seu bobo. Este lugar já é apropriado em si. Muito bom te ver, amigo!"

"Muito bom revê-la também. Já já venho aqui importunar vocês. O trabalho chama." Ele nunca mais voltou; ao menos não para importunar; retornou mais três vezes, conforme um dos dois acenava pedindo mais uma cerveja.

" Beto 'porta'; aqui estamos nós."

A voz feminina da música ao vivo estava em uma estrofe que dizia "tua praia cética, minha onda mística…"

"Naty 'bruxa'. Aqui estamos nós. Por onde estivemos andando?"

"Pelo mundo, como de costume. Encontrou o que buscava?"

"Hoje percebo que não."

" 'Hoje' atualmente ou 'hoje' agora?"

"Agora!"

"Por quê?"

"Porque eu não procurava mais nada; acho que estava bem. Eu estagnado. É difícil distinguir estas coisas. Qual a fronteira entre paz e marasmo?"

Ela apenas riu. Aquele sorriso valia uma vida de espera. Ele seguiu:

"Acho que somos velhos -com todo o respeito- para jogos ou flertes evasivos. De algum modo, temos intimidade para alguma honestidade, eu acho. Então lá vai. Eu estava bem; sem frustrações, arrependimentos, nem qualquer tipo de saudade. Em um belo dia decidi procurar você. Não entendo o motivo."

"Começamos errado essa conversa. Tanto hoje como quando você me escreveu."

"Por quê?"

"O correto teria sido você dizer 'Boa noite. Tudo bem? Como vai você?' e eu responder 'Eu estava pensando em você!' "

"Por quê?"

"Porque há mais forças em ação neste Universo que aquelas que eu supunha na nossa juventude e mesmo que aquelas que eu presumo conhecer hoje em dia."

"E o que teria mudado, com essa introdução que você desejava?"

"Eu estava pensando em você. E forças que eu não controle e seus livros não conhecem interpretaram isso como um chamado. Eu chamei você."

"Pera lá! Você me chamou? Por quê? Para quê?"

"isso a gente vê depois. Você deveria ter perguntando das forças primeiro. Finja que não as entende."

"Por que eu fingiria? Você fala como se eu as entendesse."

"Estamos aqui. E você não me contestou. Você as entende. Agora finja."

Agora ele riu. Mas entrou na brincadeira:

"Ok. ok. Não brigue comigo. Como assim 'Eu chamei você'? Que forças são essas?"

"Estas são as perguntas certas, professor."

Ela segurou a mão dele, como se quase duas décadas de distância não tivessem sido nada e continuassem um relacionamento pausado naquela mesma manhã.

"Imagine um imã, professor. Pense nos polos. Qualquer imã é capaz de atrair qualquer imã, se você os posiciona de certa forma; qualquer imã repele qualquer imã, se você inverte esta posição. Mas e se os imãs fossem conscientes? Ou se fossem ao menos seletivos? Se escolhessem especificamente quais imãs repelir e quais atrair?"

"Seriam imãs muito curiosos." 

Ambos riram.

"Sim. Seriam. Como era mesmo aquela coisa que você fazia dobrando o papel?"

"Aquilo é para explicar buracos de minhoca. O espaço seria uma coisa curva."

"Sim. sim. É isso. Uma coisa a milhões de anos luz, ou há 20 quilômetros, está simultaneamente 'ali do lado', não é? Sua ciência aceita isso, né?"

"Sim. Quase unanimemente. "

" 'Unanimemente'. Tinha saudade das suas escolhas de palavras. Enfim. Seja o tal do buraco de minhoca, seja a gravidade, você acredita que há forças que vencem estas distâncias e 'tocam' a coisa lá na outra ponta, né?"

"Sim. Acredito muito nisso. Observo isso todos os dias."

"É isso! É isso Beto! Há forças que desprezam as distâncias. Forças que dançam com a existência, como uma bailarina saltando por todas as dobras no papel que você desejar fazer. O imã seletivo é assim. Além da curiosa capacidade de atrair coisas específicas, em vez de atrair todos os imãs, ele atrai a qualquer distância. Então fomos estes imãs, Beto. Eu te atraí. Eu chamei você."

Ele ficou calado.

"Agora pergunte!"

"Você me chamou! Eu entendo. Eu aceito. Por quê? Para quê?"

"Acho que somos velhos para jogos ou flertes evasivos. Temos intimidade para alguma honestidade. Então é isso. Eu não estava bem; me sentia frustrada, arrependida; em um belo dia percebi, como se fosse atingida por um raio, qual era o motivo daquela sensação; saudade de você. O Motivo era a sua ausência, então você me escreveu."

Até então as mãos do professor estavam inertes, sendo tocadas pelas mãos da moça sem reação. Finalmente devolveram o gesto, segurando de volta as mãos que nunca deveriam ter soltado.

A voz masculina do casal ao fundo cantava "Eu vou cuidar do seu jantar, do céu e do mar e de você e de mim…"

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