segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Noite em branco, verso em preto

 Abaixo de um céu despido de nuvem

Um tolo acanhado, busca inspiração 

Estrelas o miram, curiosas o ouvem

E ele está mudo, sem verso ou canção 


Há brisa suave, um tempo agradável 

Ruídos urbanos, nem tudo é perfeito 

E ele se agarra à noite amável 

E esquece do mundo, o chão é seu leito


Sofreu um instante, saudade sem nome

Lembrou do conselho, "Respire!", e fez

Não havia frio, nem sede, nem fome

E tentava entender o mundo outra vez


Perdeu-se sem sono, mas não era triste

Apenas queria um gole de vida

"Se lance à folha! à pena resiste?"

Foi ordem da musa, de quem não duvida


Na folha verteu toda a melancolia 

E já não lembrava se um dia perdeu 

Vontade de texto, tudo o que exprimia

E nova esperança, à noite nasceu.

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