Abaixo de um céu despido de nuvem
Um tolo acanhado, busca inspiração
Estrelas o miram, curiosas o ouvem
E ele está mudo, sem verso ou canção
Há brisa suave, um tempo agradável
Ruídos urbanos, nem tudo é perfeito
E ele se agarra à noite amável
E esquece do mundo, o chão é seu leito
Sofreu um instante, saudade sem nome
Lembrou do conselho, "Respire!", e fez
Não havia frio, nem sede, nem fome
E tentava entender o mundo outra vez
Perdeu-se sem sono, mas não era triste
Apenas queria um gole de vida
"Se lance à folha! à pena resiste?"
Foi ordem da musa, de quem não duvida
Na folha verteu toda a melancolia
E já não lembrava se um dia perdeu
Vontade de texto, tudo o que exprimia
E nova esperança, à noite nasceu.
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