terça-feira, 24 de dezembro de 2024

E se?

 E se fosse possível trocar?

Esse destino e o modo de olhar?

Então, num passo, transformo o todo?

Desse arvoredo o galho eu não podo

sábado, 21 de dezembro de 2024

A idade de acordar

 Isso aqui me veio à mente pronto, com melodia e tudo, enquanto eu estava de moto na rua, no inicio da madrugada de 21/12/2024:

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Elo (ou "Conexões")

 Conexões são coisas raras

Tal qual ouro, ou até mais 

Não são feitas com aparas

Nem com cola, aliás 

sábado, 14 de dezembro de 2024

Tudo é belo no momento

 Não vivemos numa fórmula 

A ordem dos fatores importa

Não és vela, folha, flâmula 

Não há vento que te exporta 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Musa com H

 Hoje eu escrevo sobre ti

Amanhã talvez tu me entendas

Depois de tudo o que eu vivi

Já começo a despir-me das vendas

A verdade é que me apaixonei

Há certeza que tu me encantastes

sábado, 30 de novembro de 2024

#Verborragia: Inércia

Uma suave garoa caia sobre o imóvel observador que, do alto do prédio, imaginava o poente que as nuvens tornavam invisível.

A água era muito bem-vinda, sobretudo em um fim de tarde quente como aquele.

domingo, 24 de novembro de 2024

Rios do Tempo

 Eu não tenho mais motivo para temer a segunda

Bem como ânsia da sexta não mais me consome

Ainda assim o apego ao domingo me inunda

Vontade de um dia eterno não some

sábado, 23 de novembro de 2024

Regina (parte 6)

  Se você ainda não leu a primeira parte, acesse Regina (parte 1)

…o mesmo padrão de sempre: alguns erros, perfeitamente perdoáveis, dos alunos mais novos, e exatidão técnica de Eleanor e Josh. Frustrava a não repetição da onda de sentimentos dos dois últimos ensaios. O que acontecia no sábado que faltava no domingo?

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

#Verborragia: Elo

"Não acredito!"

Havia tristeza e revolta na voz.

"O que aconteceu?"

"A corrente da minha avó se rompeu!"

"Aquela corrente?"

"É!"

Depois disso, lágrimas.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Noite em branco, verso em preto

 Abaixo de um céu despido de nuvem

Um tolo acanhado, busca inspiração 

Estrelas o miram, curiosas o ouvem

E ele está mudo, sem verso ou canção 

sábado, 16 de novembro de 2024

Regina (parte 5)

 Se você ainda não leu a primeira parte, acesse Regina (parte 1)

"Você não pode ter esquecido. O dia que ele falou que todos nós nascemos para ser amados. Até Jesus precisava ser amado, por isso Deus escolheu o amor puro de Maria."

A confusão no olhar da menina deixou evidente que o discurso não a tocara como fez com ele, tendo a mensagem se perdido no esquecimento.

"Todos nós nascemos para ser amados. Mas e essas pessoas sem ninguém para amá-las?"

Eleanor não lembrava da pregação mas compreendeu o caminho da mente de Josh.

"Elas tem Deus, não? Ele ama todo mundo."

Josh não parecia satisfeito. Ela percebeu.

"Eu ainda não sei o que você quer que eu veja."

Ele sorriu.

"Acho que Deus nos ama através das pessoas. Se não, pra quê tudo isso? Para quê tocamos? E qual a função do padre? E de Maria? Acho que Deus quer que a gente ame as pessoas por Ele."

Ela pareceu adivinhar o desfecho daquele raciocínio e ficou perturbada. Ele amaria a todos igualmente e nunca uma pessoa em especial.

A música daquele sábado foi uma tortura para o padre. Ele realmente alimentou a esperança de ouvir um novo milagre, mas só havia "discussão". Era como se os dois instrumentos, ou melhor, seus operadores, estivessem prolongando o debate na música; não havia hostilidade; não era um conflito; era, realmente, um diálogo fervoroso e diálogos não são coisas harmônicas. Dialética convertida em nuances tonais, mas a síntese parecia nunca chegar. Só na última estrofe, como que por encantado, músicos e instrumentos pareciam finalmente alinhados, acertamos, conectados, de tal forma que as últimas notas não foram mais de dois instrumentos, mas sim um único acorde maravilhoso de um instrumento desconhecido. Eis, novamente, o milagre ansiado pelo Pe. L'Nom.

O padre estava perplexo. As músicas do domingo eram bem executadas; ocorriam com …

Continua…

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

#Verborragia: Cicatriz

"Sim! me leva para sempre Beatriz"

Dizia o poeta na canção

E a saudade alerta, chamariz

"Não há mais quem segure tua mão"

sábado, 2 de novembro de 2024

#Verborragia: Abismo

 Não estava frio, mas chovia. Lhe agradava ver a noite da cidade preenchida de todas as cores das luzes artificiais: dos carros, semáforos, bares.

Era a primeira vez que se permitia assumir que a beleza artificial também lhe encantava, embora não fosse a primeira vez que encantava.

domingo, 15 de setembro de 2024

Como?

 Então eu, que me encanto tanto com o que é belo

Percebi-me capturado por uma beleza nova, talvez 

Não era inédita, pois é sempre presente, há elo

Mas aquilo que eu via sempre, notei pela primeira vez 

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Eu te desejo

 Certa vez um poeta desejou a sorte de um amor tranquilo 

Eu te desejo o encontro com alguém que se encante 

Como a mim encanta a Lua, que ao fitar me admiro 

Um amor imenso, único, inflamado, crescente 

domingo, 11 de agosto de 2024

A Pérola

 A água que já fui eu

Voou, voou e choveu 

Foi rio em algum estado

E peixe, e ração de gado

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Colorine

(Para minha amada Colorine) 

Curiosa amizade esta, de começo acidental

Sem motivo aparente ou fresta, como flor lá no meu quintal

Nasceu sem ser semeada, cresceu porque quis assim

História nunca narrada, sem começo, também sem fim

quarta-feira, 27 de março de 2024

Eu não amo a Lua

 Decido, desde já e para sempre, que eu não amo a Lua

Sobre minha musa, que esforço faço? minha vida é tua!

Eu aprendi, quiçá inventei, que amor é esforço deliberado

O amor é escolha, ele é cuidado, é um ceder contrariado

sexta-feira, 15 de março de 2024

#Verborragia: Sussurro

 Subitamente os sons se esvaem, como se por decreto fosse

E então as certezas caem, com elas toda ilusão de posse

Sumiram todas as vaidades, também se foram os temores

Achava-se dono de verdades? Senhor de rumos e amores?

sexta-feira, 8 de março de 2024

#Verborragia: Serenidade

 Ser em idade, aqui minha questão

Cá no meu tempo, sou todo aversão

A tudo que é meio, metade, pedaço,

Eu não tenho tempo, sou todo, eu faço.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Abujamra

 A nde! Corra! Ande! Siga! É quase tarde.

N ão te demores onde não te querem. Veja. A vida arde.

T odos sabem. Todos fome. Tudo sede. O que te move?

O utros fogem. Outros tremem. Vem! Se renove!

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

#Verborragia: Intrínseco

O Sol pareceu nascer mais cedo, dada a claridade e o calor daquele momento. Tudo estava suavemente manchado de laranja, quase dourado, mas o astro rei ainda não era diretamente visível.

As copas das não poucas árvores dançavam sincronizadas, regidas pela suave brisa que rumava para o oeste, como se perseguisse a noite.