domingo, 16 de julho de 2023

Sobre a Neblina

 Acordei mais cedo que o habitual 

Não insisti em ficar deitado

Vim para fora, frio invernal

Pela neblina fui abraçado


Notei minha falha, eu já não oro

Não escrevo, não toco, perdi meu eu

Olhando o céu, cá onde moro

Vontade nova, resplandeceu


Peguei minhas contas, coisa indiana

Falei meu mantra, buscando paz

Cansei na alma, que vida insana

Retorno ao simples e o que ele trás


Qual filho pródigo, falei com Deus

Pedi desculpas pelo atraso 

Não este vosso, que é dos hebreus

Do Adiyogi ganhei um abraço


Oração feita, um terço meu

Segunda parte fui instalar

Em linhas simples, aqui se leu

Gosto na escrita, recuperar


A terça parte, me faz inteiro

No som, nas cordas, vou transbordar

Matar saudade, tal qual festeiro

Nada mais devo, me restaurar


Ao céu eu olho, é todo branco

Tal qual a folha, que nos espera

Linhas, os fios, aves em bando

Voltei a mim, centro da esfera 

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