quinta-feira, 13 de julho de 2023

Sobre o Vento

 Aqui, ventos pré-chuva num céu desprovido de nuvem

Mudou o que vejo ou eu? Não sei prever o que vem


Há algum frio, convite aos cobertores

Sono não há, desejo os sabores


Estrelas solitárias no céu, contemplam minha solitude

Devolvo-lhes minha atenção, de amor é a atitude


Lembrei de canção antiga, um rock, quiçá balada

Notei que agora entendo, outrora sabia nada


Crepitam as folhas próximas, sem chama, ao vento dançam

Na vida, um quê de belo, pois hoje as musas cantam


Amar não é sobre posse, retorno, cobrar o troco 

Amo ao me doar, cuidar, sorrio, quem sabe? um pouco


Sou grato pelo que sinto, motivo pra mais não há

É belo, terno, carinho, parece com um maná


Estrelas novas no céu, ainda que não nascentes

Olhar insistente em busca, encontra evanescentes


Há pouco reguei minhas plantas, de sede beiravam mortes

A vida retorna verde, agora vicejam fortes


Do vento mais cedo dito, só memória restou

Curiosa inversão, me espanta, a nuvem que se formou


Estrelas foram encobertas, mas a saudade não veio

Não amo por ter nos olhos, importa é estar no meio


Meio do céu? Do texto? Não tolo, o meio é o coração

Assim como amo o poema, mesmo findada a canção

Nenhum comentário:

Postar um comentário