Aqui, ventos pré-chuva num céu desprovido de nuvem
Mudou o que vejo ou eu? Não sei prever o que vem
Há algum frio, convite aos cobertores
Sono não há, desejo os sabores
Estrelas solitárias no céu, contemplam minha solitude
Devolvo-lhes minha atenção, de amor é a atitude
Lembrei de canção antiga, um rock, quiçá balada
Notei que agora entendo, outrora sabia nada
Crepitam as folhas próximas, sem chama, ao vento dançam
Na vida, um quê de belo, pois hoje as musas cantam
Amar não é sobre posse, retorno, cobrar o troco
Amo ao me doar, cuidar, sorrio, quem sabe? um pouco
Sou grato pelo que sinto, motivo pra mais não há
É belo, terno, carinho, parece com um maná
Estrelas novas no céu, ainda que não nascentes
Olhar insistente em busca, encontra evanescentes
Há pouco reguei minhas plantas, de sede beiravam mortes
A vida retorna verde, agora vicejam fortes
Do vento mais cedo dito, só memória restou
Curiosa inversão, me espanta, a nuvem que se formou
Estrelas foram encobertas, mas a saudade não veio
Não amo por ter nos olhos, importa é estar no meio
Meio do céu? Do texto? Não tolo, o meio é o coração
Assim como amo o poema, mesmo findada a canção
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