"Ventoso!", ela acusou, e parecia irritada
Sorrindo ele agradeceu, mas não havia piada
Sorriso a incomodou, como se confirmasse o dito
Portanto se retirou, era um caso perdido
E ele voltou para casa, feliz abraçava o vento
Esse carinho do ar, que ele amava faz tempo
Ainda era dia e ele via no céu, as aves a revoar
E o vento as levava alto, não precisava esforçar
Em casa ficou tranquilo, tomou café e sorriu
Lembrando do elogio, que sua amiga emitiu
Abocanhou um biscoito, falava como no Rio
Mas por aqui é "bolacha", e ele se corrigiu
Passava-se algum tempo, que a amiga não via
E se via era longe, distante ela se mantinha
E ele tentava contato, "Bom dia" ou um "Olá"
Mas ela o evitava, "Bom dia. Vou acolá!"
Sumiu um segundo amigo, e outro e quase seis
E ele se perguntava, "O que acontece com vocês?"
Nse sentia solitário, e nada mais animou
Pois de tudo que gostava, parecia que apagou
Depois de um tempo solo, parou para refletir
E lembrou daquele dia, que a amiga o fez sorrir
Notou que foi ali, a marca exata, o dia
Quando ela o ligou ao vento, depois já não respondia
Correu para o dicionário, era firme a intenção
Saber, afinal, que raios, dizia a encadernação
Que era ligado ao vento, tá claro, até bastante
Mas havia outro ponto, dizia "és arrogante"
"E tudo ficou tão claro...", no rádio disse a canção
E ele não podia crer, que de si era essa a noção
Voltou-se lá, bem profundo, e decidiu a mudança
Queria ter seus amigos, amava sua andança
E ainda amava o vento, mas aprendeu o ensino
Pois o vento e o bambu, revelam o seu destino
Não era mais o alto voo, das aves que imitaria
Humilde como o bambu, sabia, se curvaria
Ganhou de volta os amigos, de todos se aproximava
E todos se alegraram, tá claro, não simulava
Seguiram a vida assim, não queriam bravata bravata
E o vento, o riso e os verbetes, abençoaram a jornada
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